quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Fala, Isabela!

Primeiramente: mãe, adorei o recadinho ontem!! Sei que escrever do Iphone é mais complicado mas o que valeu foi o significado das tuas palavras!!

Agora vamos a entrevista da semana.

Desde que eu comecei a planejar esse blog fiquei pensando em perfis interessantes de mamães pra compartilhar com vocês. Estilos diferentes, profissões diferentes, condições diferentes mas que com certeza enfrentam os mesmos dilemas todos os dias, como qualquer outra mãe. E foi nessa busca que convidei uma advogada e professora universitária para participar desse quadro de entrevistas semanais. Isabela é advogada, professora, e coordenadora do Núcleo de Prática Jurídica na minha antiga faculdade de Direito, esposa de um advogado e professor também e mãe de dois meninos lindos! E nas “horas vagas” ainda está cursando um mestrado na UFSC! Com essa pequena introdução vocês já devem imaginar a correria imensa que deve ser o dia dessa mãe! Então com a palavra, Isabela, nossa mãe da semana:



JOGO RÁPIDO
NOME: ISABELA MEDEIROS – ISABELA PINHEIRO MEDEIROS GONÇALVES DA SILVA
IDADE: 35 ANOS
QUANTOS FILHOS E QUAIS IDADES: DOIS FILHOS: BRUNO, 7 ANOS (QUASE 8) E THIAGO, 5 ANOS
ESTADO CIVIL: CASADA
CORRERIA DO DIA COMO MÃE: Como toda mãe que trabalha, passo o dia correndo do trabalho para casa, de casa para o colégio dos meninos, do colégio para o mestrado na UFSC, da UFSC para o colégio (novamente) e do colégio para o trabalho (novamente) e finalmente para casa... Enfim, tento me desdobrar para dar conta de tudo e, claro, sempre achando que não dará tempo e que não estou dando a devida atenção aos meus pequenos... Acho que toda a mãe acaba carregando este sentimento... Mas, enfim, acho que até agora tenho dado conta do recado...

PERGUNTAS:
1) Quando os meninos eram menores como você conseguia conciliar a vida profissional e a maternidade?
Sinceramente? Não sei... Mas acho que deu certo, pois passamos – eu, meu marido e meus filhos – por esta fase sem traumas e más recordações. Não precisei diminuir o ritmo de trabalho e nem deixei de dar a devida atenção aos meninos, então acho que me saí bem. Nesta fase mais complicada, para que possamos conciliar todas as nossas atividades, o trabalho em equipe é fundamental: sempre pude contar com o meu marido – que é um excelente pai, além de grande parceiro – e também com meus pais, além de uma funcionária que trabalha na minha casa. E, é lógico, a licença maternidade é indispensável. Só tenho pena de não ter usufruído dos 6 meses, tive apenas 4 meses nas duas licenças, a legislação ainda não havia sido alterada. Mas é lógico que não é fácil. Por várias vezes, principalmente após o nascimento do meu segundo filho e seus primeiros seis meses, sentei e chorei muito... Eu tinha dois bebês em casa que demandavam muito a minha atenção. E, além do cansaço natural, havia o estresse com a novidade de ter dois filhos e, somado a isto tudo, a insegurança de não dar a atenção necessária aos dois. Acho que é o tão conhecido e falado “sentimento de culpa” que, sinceramente, eu acredito que exista sim e que infelizmente me acompanha desde o nascimento do meu primogênito.

2) Você chegou a pensar em desistir de trabalhar pra ficar com os pequenos?
Não. Embora eu tenha sempre desejado ter meus filhos e a família que tenho hoje (que é o meu maior sonho realizado, sem dúvida), também sempre tive muita consciência da minha escolha profissional. Sou uma mãe apaixonada, mas também amo minha profissão e adoro estudar. E, mais do que tudo, não abro mão que meus filhos, quando crescerem, tenham muito orgulho da mãe deles, não apenas como mãe, mas também como uma excelente profissional. Acho que isto já está sendo bem cultivado entre nós, pois por mais que eles reclamem quando eu saio para o trabalho ou para o mestrado, eles adoram falar para todo mundo que “minha mãe vai ser mestre e depois doutora”, que “minha mãe é professora na faculdade”, que “minha mãe é advogada”...

3) Como é a relação dos dois num modo geral? Qual a sua maior preocupação com a relação entre os irmãos?
A relação deles me emociona profundamente. Por mais que eles briguem – sim, é verdade, irmãos brigam o tempo todo a ponto de nos deixarem loucas – eles se amam de uma forma tocante. O menor tem uma admiração enorme pelo mais velho, a ponto de passar o dia inteiro atrás dele, chamando-o por “Mão” (abreviatura de irmão, mas que hoje, mesmo ele sabendo pronunciar corretamente, passou a ser o apelido do mais velho). Já o “Mão” tem um cuidado absurdo com o mais novo, como se fosse responsável por ele. É incrível esta relação, pois ela não foi ensinada, foi construída naturalmente pelos dois. E me enche de orgulho. Meu maior desejo é que eles sejam grandes amigos, companheiros pela vida toda. Minha preocupação? Não sei... Acho que me preocupo com o bem estar deles de uma forma geral, mas sobretudo de preservar a individualidade de cada um. Porque por mais que a relação entre os dois seja excelente, é sempre bom que cada um deles seja entendido e respeitado individualmente em suas características e aspirações.

4) Você mudou o seu olhar “jurídico” depois de ter filhos? Fica mais difícil ser imparcial quando nos tornamos mãe?
Acho que a maternidade me deixou ainda mais sensível para certas situações, o que reflete de forma determinante para o meu “olhar jurídico” a respeito de determinados assuntos. Passei a ser ainda menos tolerante para qualquer tipo de preconceito, por exemplo. Mas, sinceramente, acredito que seja indispensável você saber separar o ambiente doméstico do profissional. Tento fazer o possível para não trazer meus problemas profissionais para casa, da mesma forma que tento preservar minha vida pessoal no ambiente profissional. Creio que seja mais saudável. Assim, profissionalmente, sempre que necessário, abstraio meu lado “mãe” e tento agir com a seriedade e imparcialidade que a situação demandar. Mas acho que a maternidade aflora muito a característica de conciliadora, o que ajuda muito na minha profissão.

5) Qual a diferença de idade dos meninos? Você acha que ela atrapalhou ou ajudou na criação deles?
A diferença entre eles é de dois anos e meio. Hoje acho esta diferença perfeita, principalmente porque os dois estão crescendo juntos e muito próximos em suas descobertas e novas experiências. Mas o início foi bem difícil, pois como mencionei anteriormente, são dois bebês em casa. Quando o mais novo nasceu, o mais velho tinha acabado de deixar a fralda e ainda era totalmente dependente para as coisas mais elementares como comer e ir ao banheiro. E o mais novo, por sua vez, estava mamando e sujando fraldas o tempo todo, como qualquer recém-nascido. Então eram duas crianças que me exigiam o tempo todo. Tive que fazer algumas opções e concessões para conciliar as necessidades dos dois. Principalmente em relação ao filho mais velho as atenções foram redobradas, pois ele estava diante de uma situação nova, de ter que dividir seu espaço e sua mãe.

6) Você concorda que filhos do sexo masculino são mais apegados à mãe?
Não sei em relação aos outros, mas posso afirmar que lá em casa sou tratada como uma princesa... Eles são extremamente carinhosos e cuidadosos com a “única menina da casa”. Mas sinceramente não sei se é uma característica inerente a todos os meninos. Sei que os meus filhos têm um ótimo exemplo, que é o pai deles. Eles sempre viram meu marido me tratar com delicadeza e carinho, então acho que eles estão sabendo reproduzir este modelo perfeitamente. E eu acho isto maravilhoso, é claro.

7) Quais os princípios que você se preocupa em passar para os seus filhos como uma “operadora” do Direito?
Acredito que seja essencial praticar o “não preconceito”, o respeito à pluralidade e à diversidade. Também tento transmitir a eles princípios como a alteridade, a solidariedade e a responsabilidade de vivermos de forma sustentável, de modo a garantir que as gerações futuras possam usufruir de um mundo mais pacífico e ecologicamente equilibrado. Mas o mais importante de tudo é que eles tenham noção de realidade e sejam pessoas responsáveis, comprometidas e, principalmente, boas. Acho que estes valores são universais, não se restringem ao universo jurídico.

8) Qual você considera a sua principal característica como mãe?
Esta é uma pergunta que seria melhor respondida pelos meus homens... Acho que sou uma mãe que faz o estilo durona (pronto, falei...). Mas ao mesmo tempo sou muito carinhosa com eles. Tento educa-los para serem pessoas agradáveis, que saibam conviver harmoniosamente com os outros. Mas esta tarefa não é fácil, então acabo ficando com a fama de malvada muitas vezes... Mas sou uma mãe parceira, presente e muito, muito apaixonada pelos meus filhos!!

9) Que os filhos nos privam de algumas atividades que antes nós fazíamos corriqueiramente não é novidade mas o que você mais sentiu falta de fazer quando os dois eram menores? E qual foi a principal melhora com o aumento da idade deles e suas conseqüente maior independência da mãe?
Sinceramente, nunca me senti privada de nada em razão da maternidade. E é claro que deixei (e ainda deixo) de fazer inúmeras coisas que antes da maternidade eu fazia. Mas não sinto falta, de verdade. Isso porque eu escolhi ser mãe e por isto mesmo vivo intensamente e plenamente cada momento da maternidade, curtindo cada segundo de todas as fases. Eu e me marido sempre fomos muito caseiros, então quando os meninos ainda eram bebês, curtíamos nossos programinhas em casa na maior felicidade. Agora que eles já estão maiores, já nos sentimos mais independentes e podemos sair com um pouco mais de frequência, inclusive para viagens curtas.

10) Qual dica você queria que tivessem te dado antes de você ser mãe? E qual você daria para as futuras mamães?
Gostaria de ter sido melhor orientada sobre o período pós parto, pois acredito que seja um momento de profunda fragilidade para a mulher. A confusão de sentimentos é enorme, pois ao mesmo tempo em que se descobre o mais pleno e lindo amor (o amor de mãe), é também um momento delicado, em que nos sentimos fisicamente feias (acabamos de perder todo o “glamour” da gravidez e ganhamos de herança os quilinhos a mais) e cheias de dúvidas e inseguranças para lidar com a nova vida que se inicia. A amamentação é uma destas inseguranças, pois por mais que pareça natural, é uma dificuldade para muitas mães, principalmente de “primeira viagem”. Tive um prazer enorme em amamentar, eu realmente adorava, mas o início da primeira amamentação foi muito angustiante.
E, sobre uma dica ou conselho para as futuras mamães, acho que o conselho mais sincero que tenho para dar é que as futuras mamães não tenham medo, que vivam intensamente sua gravidez e cada momento que estar por vir, pois são momentos de novidades e incertezas, mas, acima de tudo, momentos de uma felicidade indescritível. Leiam e se informem, mas acima de tudo, confiem em vocês mesmas. Vocês estão prestes a conhecer o verdadeiro significado de felicidade e amor, em sua plenitude. No final das contas, é isto que realmente importa, não é?


Espero que vocês tenham gostado!! Comentem!!

beijo beijo

4 comentários:

Juliana Schlachter disse...

Adorei a entrevista! Tenho uma bebê de 10 meses, mas logo logo pretendo engravidar de novo, e saber da experiência da Isabela com os seus dois Pequenos me dá uma certeza maior de que a pouca diferença de idade é muito boa para a amizade entre irmãos. Também adorei as dicas, são exatamente o que penso. Um beijo, Juliana.

Ana Cristina Malinverni disse...

E eu...admiro esta amiga querida que graças aos nossos filhos pude conhecê-la!
bjo "Isa"
Cris- mãe do Arthur!
Pois...depois que vc é mãe não tem mais nome!Vc se torna: Mãe de seu filho! rs.....

Anônimo disse...

Adorei os conselhos pras futuras mães e mães de primeira viagem!!

Beijos

A VIAGEM DOS TANINOS disse...

Parabéns pela entrevista! Isabela é sem dúvidas um exemplo de mulher, mãe e profissional. Como ela dá conta e tão bem, realmente não sei... Tenho orgulho e admiração pela minha amiga e irmã do coração. E, com certeza, quando me tornar mãe será ela a minha conselheira nesta jornada maravilhosa que nunca se acaba.