quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Fala, Mariana!

Primeiro quero deixar registrado o meu muito obrigada pelo carinho demonstrado com a entrada do blog no ar. Fiquei muito feliz com as 80 visitas e os recados deixados tanto por email, como pelo facebook. Espero realmente que esse espaço dê certo e estou trabalhando ao máximo para isso, sempre pensando em assuntos legais e pessoas interessantes pra trazer pra vocês! Já tem bastante post legal pronto e ao longo dos dias vou colocando aqui!! Sigam o blog, não se sintam acanhados em comentar. Sei que tem gente que encontra dificuldade pra comentar mas é só logar com qualquer conta do Google, como orkut ou gmail.

Também quero deixar registrado que sou um zero a esquerda pra design de blog. Se alguém quiser me ajudar, agradeço muito!!!

Agora sim, a nossa entrevista semanal!



Eu “conheci” a Mariana através do seu blog e desde então acompanho a sua jornada, agora dupla, como mãe. O que sempre me chamou a atenção foi a maneira leve com que ela encara os acontecimentos e o toque de humor que acrescenta na sua escrita. Não é a toa que Mariana é seguida por tantas pessoas e querida por elas. Lembro muito de chamar o meu marido para ler comigo as sagas de Alice e suas tiradas hilárias. Assim, não poderia deixar de começar os questionamentos desse blog com essa “ex-futura bióloga que se formou radialista, ex-radialista que foi estudar gastronomia, ex-estudante de gastronomia que foi trabalhar com café, ex-barista que queria cantar numa banda de soul...”, como ela mesmo se define em seu perfil.

JOGO RÁPIDO
NOME: Mariana Zanotto
IDADE: 31
QUANTOS FILHOS E QUAIS IDADES: Alice, quase 4 anos, e Lucas, 1 ano
ESTADO CIVIL (só pra gente ter uma noção da força dessa mãe...hahaha): casada
CORRERIA DO DIA COMO MÃE: o que mais me enlouquece é o tempo que se perde para fazer as coisas simples do dia-a-dia, como botar roupa ou almoçar. Vestir um simples par de meias na Alice, por exemplo, envolve: um jogo de “este ou este” para escolher o par; uma musiquinha; uns 3 pares provados e descartados; um jogo de “acerte as bolinhas de meia na gaveta”; infinitos ajustes da meia nos pés – porque a costura tá sempre “incomodando”; gritinhos; miados; chororô; broncas e pedidos de desculpa. Nisso já se foram uns 12 minutos. A perua escolar está buzinando lá fora. E ainda faltam os sapatos...

1) Mariana, como foi sua primeira gravidez, e a segunda? Sentiu muita diferença de uma pra outra?
Eu amei estar grávida, nas duas vezes. Tive os perrengues clássicos – enjôos, dor nas costas, insônia, burrice, gases, xixi frouxo e nojices em geral - mas mesmo assim amei cada minuto. Me sentia a deusa grega da fertilidade, podia passar a vida grávida. A segunda vez foi um pouco mais chatinha, engordativa e com uns probleminhas (contrações fora de hora, um mioma no útero que apareceu e sumiu misteriosamente), mas sigo achando a sensação de estar grávida uma das coisas mais legais do mundo. Amo o barrigão, amo os chutinhos, amo os paparicos e queria que gravidez durasse muito mais.

2) Você sempre foi daquelas que sabiam que queriam ser mães ou você era daquelas que nem paravam para pensar nisso?
Eu sempre fui daquelas que sabiam que NÃO queriam ser mães. Nunca achei que levava jeito, nem tinha vontade. Sou preguiçosa demais pra ser mãe – essa é uma das minhas lutas diárias, aliás: vencer a preguiça, acordar cedo, ter pique pra brincar. Bom, então eu não queria ser mãe, até que um dia eu conheci um cara e pensei: ele vai ser o pai dos meus filhos. E foi. Simples assim.

3) Você amamentou? Eu sempre senti muito pressão sobre as mães para amamentarem. Sei que é importante mas acho que existe um certo preconceito contra as que não conseguem. Você concorda? Como lidou com isso?
Amamentei, mas nunca consegui ter uma amamentação plena, totalmente bem sucedida. Tive o mesmo problema nas duas vezes: filhos que não engordavam e aparentemente pouco leite. Me esforcei, procurei ajuda, consegui prolongar a amamentação ao máximo graças à técnica de translactação, que acho importantíssima de ser divulgada porque ajuda MUITO (lá no blog falo disso...). Mesmo buscando ajuda especializada, eu tive que complementar com Nan nas duas vezes, o que foi bem frustrante. Não sei se chamaria de preconceito, mas acho que existe sim uma cobrança pela amamentação exclusiva e ela começa na própria mãe – porque a gente tem peitos pra isso, certo?, a gente deveria ser capaz de alimentar a própria cria. A frustração é enorme. É importante tentar entender o que esta acontecendo antes de aceitar que uma mamadeira de Nan vai resolver a questão. Se a “pressão da amamentação” for para fazer a mulher questionar uma indicação de complemento e tentar entender as causas da dificuldade, acho válido. Mas já li muito que “toda mulher é perfeitamente capaz de amamentar”, como se o fracasso fosse apenas falta de vontade ou esforço. Não é tão simples. Tem muita gente que acaba sendo atropelada por pediatras e tabelas de peso e entra no complemento sem necessidade, mas existem SIM casos em que a amamentação não basta. Então esse papo de “TODA MULHER pode amamentar com exclusividade, e se não amamentou é porque não tentou o suficiente ou foi enganada por um médico inescrupuloso que tem conchavo com a Nestlé” é besteira. Essa abordagem é agressiva, não ajuda. Por mais que se queira amamentar com exclusividade, e por um longo período, às vezes simplesmente não dá – e não tô falando de achismo meu, e sim de algo que ouvi de uma pediatra humanizada, especializada em amamentação, super natureba, que me explicou mecanismos fisiológicos e citou coisas como hipófise, prolactina e outros nomes bem científicos (que evidentemente eu esqueci agora, mas que me convenceram totalmente na época, haha...). Enfim: a amamentação é maravilhosa e importante, merece todo o nosso esforço e informação, MAS, se não rolar, ok. Cultivar mais essa culpa não ajuda em nada.

4) Qual você considera sua melhor característica como mãe?
Acho que é ser flexível. Sou aberta para diferentes opiniões e posturas, procuro realmente entender um ponto de vista antes de decidir que ele não me serve e descartar de cara. É aquela velha história do “cuspi pra cima caiu na testa”: cuspi tanto pra cima antes de ser mãe - sem o menor conhecimento de causa, diga-se - que agora tomo o maior cuidado para não fazer de novo. Parei de julgar. Leio de tudo, ouço de tudo, respeito todo mundo (quase...) e aí sim me posiciono, faço escolhas, decido como as coisas serão aqui em casa. Isso acaba virando um valor que acho importantíssimo passar para os filhos: respeito, tolerância, não admitir preconceitos. Estou tentando criar filhos que serão adultos bacanas e de mente aberta.

5) Qual foi o momento mais complicado como mãe para você? Aquele em que você se pegou querendo sumir um pouquinho?
Chilique de filho é sempre um porre, dá vontade de largar a criança ali pitizando, sair pra comprar cigarros e não voltar mais. Mas isso é pontual, passa. Tem uma questão que me incomoda mais, que é a falta de liberdade. A impossibilidade de passar um domingo na cama, de pijamas, lendo jornal, por exemplo. Ou de não ter jantar em casa e comer qualquer bobagem à uma da manhã. Ou de dar uns pegas no maridão a qualquer hora e em qualquer cômodo da casa. Enfim, não ser mais dona do meu tempo me angustia bastante. Não é questão de querer sumir, é mais de querer dar sumiço na prole, sabe? Ainda bem que avós tão aí pra isso...

6) Você tinha uma real noção do que era ser mãe por já ter convivido com alguém próximo que já tivesse tido filho? Porque lembro que fui pega de surpresa quanto a essa vida agitada que nós temos.
Convivi pouquíssimo com bebês antes de ter os meus próprios. Fui a primeira mãe da turma, a primeira da família. Referência zero. Imagina o tamanho do susto.

7) Seus filhos comem bem ou dormem bem? Porque ter um filho que faça os dois perfeitamente é utópico demais!
Alice dorme bem e come NADA, Lucas come horrores e dorme marromenos – dentro do meu parâmetro de pessoa dorminhoca. Ele dorme a noite toda, direto, e acorda umas 7h20. Pra mim é cedo, mas vá, acho que tenho sim a sorte de ter um moleque comilão e que me deixa dormir beeeem mais do que muito nenê por aí. Mas antes que eu seja xingada, devo ressaltar a Alice não come MESMO, não é força de expressão. Ela é percentil 3, menor do que muita criança de 2 anos que vejo por aí. Então minha vida não é tão fácil nesse ponto, ok?

8) Qual a maior diferença entre a Alice e o Lucas no que diz respeito ao temperamento?
Difícil dizer porque a diferença de idade conta muito, a Alice já tem uma complexidade que o Lucão ainda não tem. Lucas ainda tá naquele esquema trogloditinha dos bebês, quando a vida se resume a comer, gargalhar, dar porrada e fazer cocô. Alice não, ela é toda pensadora, está na fase das grandes questões existenciais, tipo: “porque eu existo?”. Mas ela era mais calminha e tagarela quando bebê, já ele é mais ativo fisicamente e tá nem aí pra linguagem, é uauá pra tudo.

9) E o amor, só aumentou com o segundo filho??
E não é, menina? Coisa de louco! Se me contassem eu não acreditaria...

10) Qual dica você queria que tivessem te dado antes de você ser mãe? E qual (mesmo sendo um pouco contra as palpiteiras de plantão) você daria para as futuras mamães?
Contra as palpiteiras? Eu sou a palpiteira mor, haha! Adoooro um palpite...
Grávida: Se você fizer cesárea, vai ter gente malhando. Se fizer normal hospitalar, vai ter gente malhando. Se fizer parto domiciliar, vai ter gente malhando. Ignore o coro dos descontentes e seja feliz com as suas escolhas – mas que sejam SUAS escolhas, e não concessões à caprichos alheios. Passe hidratante, fotografe o barrigão, use meias elásticas e trepe muito (aproveite os hormônios gravídicos, eles dão a maior onda!). Coma bem, beba muita água, durma. Atenção para dirigir ou atravessar a rua, porque você estará meio lesada. Soltar pum em público não é o fim do mundo. Nem fazer cocô no parto. Não dê bola para os terroristas de plantão e suas histórias trágicas envolvendo grávidas e bebês. Não dê bola para a lista de maternidade, que acha que um bebê só pode vir ao mundo se tiver ao menos 6 pares de sapatos. Pode entrar na fila preferencial mesmo sem barriga. Pode andar com a foto do ultrassom na carteira. Pode chorar assistindo Smurfs. Você não é ridícula, apenas está grávida. E grávidas podem tudo.
Mãe: Você vai errar. Vai perder a classe. Vai chorar escondida. Vai fingir que está dormindo pra fugir de uma situação. Vai pensar em como estaria sua vida agora se não tivesse filhos. Vai ousar desejar não ter tido filhos, mas aí: céus, horror, como você pôde sequer PENSAR nisso, sua mãe de merda???? Você vai se sentir culpada, por essa e por muitas outras. Mesmo assim, você vai ter vontade de engolir as criaturinhas de tanto amor. Minha dica é: facilite a vida no que puder, colega. Não se cobre tanto. Não se anule. Não sorria um sorriso resignado e diga que ser mãe “é padecer no paraíso”, isso é tão antigo. Se mãe não precisa ser, por definição, um sacrifício. Peça ajuda, fuja de vez em quando, ria mais de si mesma e se descabele menos. Relaxe: nossos filhos sobreviverão às nossas cagadas. Mãe não precisa ser perfeita, mãe precisa é ser feliz na própria pele – isso é o mais importante que a gente tem pra ensinar e o que provavelmente mais vai contribuir para a felicidade deles.

Espero que vocês tenham gostado e amanhã tem um post muito legal sobre mamães estilosas pra vocês se inspirarem pro final de semana.

beijo beijos

15 comentários:

Dani Rabelo disse...

Excelente!! Sigo o blog da Mariana (Pequeno Guia) e agora vou seguir o seu! Muito bom!!! Adorei a entrevista, parabéns!

Bobby disse...

hahahaha, eu adoro essa mulher!
mari é o começo de tudo, pra mais ou menos todas nós.
antes dela só tinha ela, saca?
referência pura!
beijos nas duas xx
Roberta
http://piscardeolhos.net/

Renata disse...

Adorei a entrevista! A Mari sabe tudo...
E vc, quer ajuda com o que?? O blog tá lindo!!! :-))
beijos, Re

Janna disse...

Adorei! Vc soube começar super o blog, afinal a Mari é ótima!
Já estou seguindo aqui!
bjos

Lilian disse...

eu adooooorei! eu sempre leio o blog da Mari e acho mto parecido com o meu o jeito dela de encarar as coisas! beijo

Mari disse...

epa, olha eu aí! brigada Ju, e meninas aí em cima!
sucesso com o blog, tomara que eu dê sorte nesse começo, hihihi...
beijo!

Coisas de mãe disse...

Que legal! Nunca vi a Mari falar tanto tempo seguido!! Adorei!

beijos

Pati

Paloma Varón disse...

Melhores respostas ever, com um jeito que só a Mari tem de falar dos perrengues nosoos de cada dia!

Cynthia Le Bourlegat disse...

Nossa, levei um susto qdo vi seu blog. Tenho um blog chamado Fala, mãe! há mais de 2 anos e na época o blog não me deixou colocar falamae, só aceitou o falamaeblog, não sei como conseguiu, mas tudo bem...
felicidades pra vc

Realista disse...

coisa mais linda de post!

Emilie Poulain disse...

Oi Juliana, cá mais uma seguidora do seu blog que promete ser ótimo, já começou nota 10! :-))

Bjs

Anônimo disse...

Adorei as respostas da Mari!
Parabéns Ju, o blog está ótimo e começou com o pé direito.

Beijão

Anônimo disse...

Adorei a entrevista! Falou tudo muito bem falado!
:)
Bjs!

Flávia disse...

Muito legal!! Curti cada linha.... li e reli! Acho q era o q eu precisava ouvir hoje!! Sabios conselhos, Mariana! Ja seguia ela, agora to com vc tb, Ju.
Beijos

Carol Garcia disse...

adoro o pequeno guia.
sou super fã da mari e da fofa da alice e das gargalhadas do lucas.
adorei esse espaço aui tbm!

bjocas